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| (Foto: Reprodução/ Terra) Em 07/11/2018 às 13:15 |
O laudo aponta que o corpo apresenta uma fratura no osso hioide do pescoço da jovem, causada provavelmente pelo golpe conhecido como mata-leão, que teria sido aplicado pelo autor confesso do crime, o segurança Michel Flor da Silva, de 28 anos.
De acordo com o delegado Rubens José Ângelo, que atua no inquérito, o osso quebrado no pescoço da vítima é indicativo de morte violenta. A perícia encontrou também hematomas e sulcos deixados na pele do pescoço pelo cadarço usado para enforcar Rayane.
O segurança contou ter tirado o cordão da bota da adolescente, usando-o para enforcá-la. Silva afirma que, antes de matar a jovem, teve relações sexuais consentidas com ela, mas, segundo o delegado, todas as circunstâncias apontam para estupro. Ele aguarda laudos complementares sobre vestígios de espermatozoides na vítima e o exame toxicológico.
Na noite de 20 de outubro, um sábado, Rayane havia saído de casa para ir a uma festa com duas amigas. O pai a deixou na casa de uma delas, mas a adolescente não voltou, nem deu notícias. As amigas disseram que a jovem se sentiu mal e decidiu ir embora antes. Ela teria saído sozinha e a pé do local. O corpo dela foi encontrado oito dias depois, em uma área de mata, no bairro Lambiri, em Guararema. No celular da jovem, encontrado à margem do km 170 da Via Dutra, havia uma ligação para o 190, da Polícia Militar.
Imagens de câmeras de segurança e uma caneta achada próxima do corpo levaram a polícia ao autor confesso do crime. Silva trabalhava como segurança na rodoviária de Guararema, para onde a garota foi levada por um motorista de aplicativo que a encontrou caminhando na estrada. O segurança confessou ter se oferecido para levar a jovem até sua casa. Conforme o delegado, no caminho, o homem mudou o rumo e estuprou Rayane próximo do local onde o celular foi encontrado. Ela teria reagido e ele, que é capoeirista e lutador de artes marciais, aplicou o golpe que a deixou desmaiada.
Quando se livrava do corpo, na área de mata, ele teria percebido que a jovem ainda estava viva e usou o cadarço para asfixiá-la. Ao ser preso, dez dias após o crime, Silva confessou ter matado a jovem, mas negou o estupro. Ele alegou que a jovem "surtou" após ter consentido em manter relações sexuais e ameaçou denunciá-lo por estupro. Ela ainda o teria agredido com pontapés e, ao contê-la aplicando o golpe no pescoço, achou que a tinha matado e decidiu se livrar do corpo.
O segurança cumpre prisão temporária de 30 dias na cadeia de Mogi das Cruzes, mas deve ter a preventiva decretada e será transferido para um Centro de Detenção Provisória (CDP) ao final do inquérito. Conforme o delegado, ele vai responder por homicídio com ao menos quatro qualificadoras - motivo torpe (a própria satisfação sexual), emprego de meio cruel (asfixia), sem dar chance de defesa à vítima, devido à desproporção de força física, e acobertamento de outro crime (estupro).
Ainda é analisado um possível agravante de feminicídio. Silva responderá também pelos crimes de estupro e ocultação de cadáver, podendo se condenado a até 60 anos de prisão. Ele é casado, tem um filho pequeno e não tinha passagens pela polícia. Até a manhã desta quarta-feira, 7, o segurança não tinha defensor constituído. Conforme a polícia, ele teve audiência com um advogado, mas ainda não confirmou se atuará na defesa do acusado.
Terra

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