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Por acaso, agricultores descobrem peças indígenas pré-colombianas em Santana do Cariri

Encantados com a descoberta, os agricultores acionaram o historiador
 Ypsilon Félix e o Instituto de Arqueologia do Cariri para análise dos itens
(Foto: Ypsilon Félix)
Em 12/11/2018 às 16:00



Um caso para lá de curioso aconteceu na última sexta-feira, 9, em Santana do Cariri. Os agricultores Paulo Júnior e Cleivan Bento de Souza escavavam barranco em Inhumas, quando, por acaso, acabaram encontrando uma coleção de vasilhas e outros artefatos indígenas. Este foi o primeiro registro do tipo na localidade.

Soube-se após primeira análise arqueóloga Heloísa Bitu, do IAC, neste domingo, 11, que se tratam de peças pré-colombianas com características semelhantes às técnicas utilizadas pelos indígenas tupi-guarani. Ao todo são seis artefatos incompletos e várias partes de outros itens. 

Um relatório preliminar foi enviado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), órgão responsável por direcionar os procedimentos e rumos de descobertas da humanidade, como neste caso. O sítio deve ser isolado para evitar pilhagem de material arqueológico.

A descoberta de utensílios pré-colombianos na região do Cariri levanta hipóteses sobre a maneira de viver de indígenas (Foto: Ypsilon Félix)


Até manifestação do IPHAN, o material ficará guardado sob responsabilidade do proprietário do terreno onde foi descoberto. 

A descoberta levanta hipóteses sobre a vida, cultura e mobilidade dos homens e mulheres que viveram em nossa região há milhares de anos. 

"A morfologia da peça, seus elementos decorativos e a forma de produção, constituição da pasta e queima revelam traços já vistos em outros artefatos semelhantes descobertos nos territórios dos índios tupi-guarani. Só saberemos com uma análise mais aprofundada se estes eram grupos que vivam aqui, estavam de passagem ou, até mesmo, faziam comércio entre tribos", explica a arqueóloga Heloísa.
Os agricultores Paulo Júnior e Cleivan Bento de Souza, 
responsáveis pela descoberta (Foto: Ypsilon Félix)


Mais de 50 sítios arqueológicos já foram catalogados pelo Instituto 
de Arqueologia do Cariri ao longo de 25 anos de trabalho de sua 
fundadora Roseane Limaverde. 

As ocorrências mais frequentes são em Crato, Barbalha, Brejo 
Santo, Mauriti, Missão Velha, Nova Olinda, Santana do Cariri, 
Assaré, Altaneira e Campos Sales.


Por Alana Soares/Agência Miséria
Miséria.com.br


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