Com o Programa Cientista-Chefe Meio Ambiente, a ser
lançado na próxima sexta-feira (4), a flora e fauna cearense com risco
de extinção serão catalogadas em uma parceria de pesquisadores
universitários do Estado e da Secretaria Estadual do Meio Ambiente
(Sema). O chamado Livro Vermelho é um dos projetos a ser desenvolvido
no programa financiado pela Fundação Cearense de Apoio ao
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap).
A catalogação deve ocorrer principalmente com a fauna e flora
terrestres, mas deve incluir também os peixes e mamíferos marinhos,
segundo o professor do Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da
Universidade Federal do Ceará (UFC) e coordenador do Programa
Cientista-Chefe Meio Ambiente, Marcelo Soares.
Nós vamos ter condições de ter políticas específicas voltadas para
essas espécies, garantindo a existência daquelas que estão ameaçadas,
aponta o secretário da Sema, Artur Bruno.
Como objetivo principal, a parceria busca integrar a secretaria estadual
com as universidades cearenses, formando equipes plurais para
solucionar problemas referente ao meio ambiente. De acordo com o titular
do órgão, a ação deve se estender durante mandato do governador Camilo
Santana.
No momento, o coordenador do programa já conta com uma equipe de três
pessoas, mas irá aumentar a quantidade nas próximas semanas. No grupo,
serão realizados diagnósticos e proposição de ações efetivas. Queremos
poder utilizar o conhecimento científico e transformar em políticas
públicas, declara Marcelo.
Projetos
Conforme o secretário da Semace, o projeto deve atuar em quatro
principais frentes. Além da catalogação da flora e fauna cearense
ameaçada de extinção, também será realizado um Planejamento Costeiro e
Marinho, a criação de uma plataforma com informações geográficas do
Ceará e uma pesquisa voltada para a presença da Covid-19 nas redes
estaduais de esgoto.
O Planejamento Costeiro e Marinho irá apresentar a atual situação da
costa cearense, organizando, através de um atlas, informações das
atividades econômicas já realizadas, como energia eólica, pesca, turismo
e esportes náuticos.
Nós precisamos de um planejamento efetivo de toda essa costa, do que já
está sendo realizado, quais são as potencialidades e o que precisamos
preservar, aponta Artur Bruno.
O Sistema de Informações Geográficas e Ambientais, por sua vez, irá
agrupar os indicadores do Estado referentes às informações de meio
ambiente em uma plataforma. A pesquisa, com coordenação de Marcelo,
busca permitir que o poder público e a sociedade tenham acesso a ampla
variedade de informações, como as unidades de conservação e as obras em
construção.
Muitas vezes as pessoas querem essas informações para pensar no seu
projeto ou para fazer uma pesquisa, então, uma plataforma com dados
ambientais pode ajudar nessa visualização, afirma o pesquisador.
Já o quarto projeto, considerando o cenário atual da saúde no Estado,
tem como principal objetivo analisar a presença da Covid-19 nas redes
estaduais de esgoto, registrando as áreas com maior presença do vírus e
mapeando a propagação.
Parceria
O Programa Cientista-Chefe, idealizado e financiado pela Funcap, realiza
uma parceria entre universidade e gestão pública, organizando equipes
de pesquisadores para trabalhar conjuntamente com as secretarias do
Governo do Estado. O grupo identifica soluções de ciência, tecnologia e
inovação para melhorias de serviços públicos.
O Ceará já conta com essa parceria em áreas como saúde, segurança
pública e educação. Para Marcelo Soares, a participação de pesquisadores
auxilia e estreita os laços de forma produtiva com o poder público.
Esses projetos precisam ser baseado em ciência, que a melhor ferramenta
que a gente tem, o conhecimento. Tomam uma decisão que não é baseada em
dados, é desperdício de dinheiro público, finaliza o pesquisador.
Fonte: Diário do Nordeste
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