A urna eletrônica é segura? Entenda como funciona e quais as medidas para evitar fraudes
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| Desde 1996, já foram 13 eleições empregando a tecnologia (Fábio Pozzebom/Agência Brasil) Em 24/11/2020 às 08:15 |
A urna eletrônica é o aparelho utilizado para a
eleições no Brasil há mais de 20 anos. Implantado em 1996, ele está
sendo utilizado mais uma vez no pleito municipal deste ano, que terá o
2° turno no próximo domingo (29). Entenda como funciona esta tecnologia.
Esse sistema técnico foi introduzido nos anos 1990 como resposta aos
limites da votação impressa e apuração realizadas manualmente. A
apuração do voto impresso levava mais tempo e era mais suscetível a
erros.
Desde 1996, já foram 13 eleições empregando a tecnologia. O secretário
de Tecnologia da Informação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE),
Giuseppe Janino, destacou que até hoje não houve qualquer indício de
fraude.
Inspeção
Os equipamentos são fabricados por uma empresa contratada por licitação
pelo Tribunal. Os produtos são inspecionados por técnicos da
instituição. As urnas rodam um software desenvolvido pelo TSE, que
inclui os candidatos e computa o voto.
Testes
As urnas têm, em média, vida útil de dez anos. Durante esse período,
passam por vários testes entre as eleições. As baterias são carregadas
quadrimestralmente. Em caso de queda de energia, as baterias das urnas
eletrônicas têm autonomia de funcionamento de mais de dez horas.
"Camadas" de segurança
De acordo com o órgão, há camadas de segurança que impedem a invasão
por terceiros e o acesso às informações constantes no aparelho. Se
houver tentativa de ataque, este provoca uma reação do sistema que
trava o programa e impede a sua execução por alguém de fora.
Fora da internet
No dia da votação, a urna não opera de forma conectada à internet ou ao
sistema do TSE. Assim, não há como acessá-la ou tentar invadi-la
remotamente. Conforme o órgão, o equipamento utiliza o sistema
operacional Linux, que impede a instalação de programas que permitam a
conexão com agentes externos.
Os equipamentos funcionam somente na hora e na data dos pleitos. Neste
ano, em razão da pandemia, a votação começou às 7h, mas,
tradicionalmente, os pleitos têm início às 8h.
Fiscalização e auditoria
Seis meses antes de cada eleição o sistema é aberto para que mais de 15
instituições, como partidos políticos, Ministério Público, Polícia
Federal, universidades e entidades de classe, se habilitem para
verificar os programas que serão adotados.
Após este período, os programas são lacrados e blindados, passando por
mecanismos de segurança por meio de assinaturas. Estas consistem em
autorizações dadas por gestores e diretores do tribunal, da
Procuradoria-Geral da República e da Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB).
Cópia de segurança
Uma cópia fica no cofre do tribunal como alternativa para verificação.
Outras são enviadas para os tribunais regionais eleitorais. Quando o
software é instalado nas urnas, estas o leem e conferem as assinaturas.
Apenas desta maneira a urna funciona.
Outro procedimento de fiscalização feito pela Justiça Eleitoral é
selecionar determinadas urnas na véspera da eleição e proceder uma
simulação dos votos nas sedes dos TREs. Isso ocorre com a participação
de representantes das candidaturas, com câmeras filmando os votos e após
o fim do procedimento há uma conferência se os votos vistos
correspondem àqueles registrados na máquina.
O TSE também disponibiliza ao eleitor, a possibilidade de simular o voto
em urna eletrônica, antes do pleito. Em anos anteriores, essa simulação
era feita em pontos de grande circulação, com urnas eletrônicas
físicas. Este ano, no entanto, por causa da pandemia de covid-19, o
Tribunal disponibilizou o simulador de voto pela internet.
Avaliação posterior
Após cada pleito, o TSE e a Justiça Eleitoral avaliam o desempenho do
sistema e discutem o que pode ser inserido, tanto nos equipamentos
quanto nos programas utilizados.
Eleições 2020
Neste ano, as urnas foram utilizadas no 1° turno, sem registro de
fraudes. Houve um atraso na apuração de pouco mais de duas horas.
Diferentemente de anos anteriores, em que os resultados eram repassados
aos tribunais regionais e destes ao TSE, neste ano o método de apuração
adotado foi o de envio direto dos dados ao Tribunal Superior para
consolidação da apuração nas cidades.
O presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, pediu desculpas pelo
atraso e justificou a demora pelo fato do sistema de informática do
tribunal ter tido um problema para processar as informações enviadas e
centralizadas nele.
Fonte: Agência Brasil

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