Brasil participa pela primeira vez da quinta edição da China International Consumer Products Expo (CICPE), em Hainan, China
Alguns países, como o Brasil, participaram pela primeira vez este ano
"A exposição deste ano foi a maior até o momento, demonstrando a confiança de todas as partes no desenvolvimento econômico da China", segundo Gu Gang, vice-governador da província de Hainan.
Geneuza Muniz
No último mês de abril, a província de Hainan, no sul da China, sediou um importante evento para o comércio global. A quinta edição da China International Consumer Products Expo (CICPE) contou com a participação de mais de 4.100 marcas de 71 países diferentes. Alguns países participaram pela primeira vez este ano, como Brasil (estado de São Paulo), Eslováquia e Ilha de Jeju, Coreia do Sul. "A exposição deste ano foi a maior até o momento, demonstrando a confiança de todas as partes no desenvolvimento econômico da China", segundo Gu Gang, vice-governador da província de Hainan. Hainan é um Porto de Livre Comércio (FTP) e uma zona econômica especial criada em 2020. O objetivo do FTP é transformar Hainan em um centro de livre comércio de classe mundial, semelhante aos de Cingapura e Hong Kong. O FTP opera sob um conjunto de leis e regulamentos diferente do restante da China.
O Brasil é há muito tempo o principal parceiro comercial da China na América Latina. De acordo com dados da Administração Geral das Alfândegas da China referentes a novembro de 2024, o comércio bilateral entre os dois países atingiu 1,14 trilhão de yuans (US$ 157 bilhões) nos primeiros dez meses do ano — um aumento de 9,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
À medida que a cooperação econômica e comercial entre os dois países se aprofunda, o número de produtos brasileiros competitivos que entram no mercado chinês cresce. Essa aproximação foi evidenciada pela estreia de São Paulo na China International Consumer Products Expo. A delegação estadual, liderada pela Invest SP (Agência Paulista de Promoção de Investimentos), expôs uma ampla gama de produtos agrícolas premium, incluindo cafés especiais e chocolates.
Inty Mendoza, representante-chefe da Invest SP, afirmou considerar esta feira uma plataforma muito importante para apresentar os produtos brasileiros e levá-los ao mercado chinês. "Brasil e China têm uma longa história de parceria em termos de comércio e investimento. Sempre foi uma relação vantajosa para todos", afirmou. A exposição também apresentou as mais recentes inovações impulsionadas pela IA, de robôs humanoides a dispositivos inteligentes e automóveis.
PROGRAMA DE MBA
Alunos de MBA da Universidade Agrícola da China foram convidados a participar, um total de 14 alunos presentes na feira, onde puderam analisar mais de perto as perspectivas futuras de negócios aqui na Ilha de Hainan. Dentre os estudantes a jornalista Geneuza Muniz de Souza, natural de Santana do Cariri, esteve presente. Atualmente ela estuda na China Agricultural University, no sul da China, na província de Hainan. Do ponto de vista acadêmico, a exposição a modelos de negócios inovadores, práticas de negócios sustentáveis e estratégias de internacionalização permite a aplicação prática do conteúdo teórico aprendido em sala de aula. Tópicos centrais do currículo do MBA — como marketing global, estratégia corporativa, finanças internacionais e gestão da cadeia de suprimentos — são explorados em tempo real por meio de estudos de caso ao vivo, palestras e apresentações corporativas. Além disso, a feira oferece um espaço ideal para o desenvolvimento de trabalhos de pesquisa aplicada ou estudos de benchmarking interorganizacionais.
Do ponto de vista profissional, a Hainan Expo proporciona acesso direto a uma rede internacional de contatos. A interação com executivos de empresas líderes, empreendedores globais e representantes governamentais amplia as oportunidades de networking e pode resultar em oportunidades de estágio, colaboração acadêmica ou futura colocação profissional. Nesse sentido, a participação no evento também serve como um diferencial competitivo no currículo, destacando atributos como proatividade, adaptabilidade e interesse em contextos econômicos multiculturais.
A experiência intercultural, por sua vez, é um elemento de treinamento altamente valioso. A imersão em um ambiente de negócios asiático permite que os alunos compreendam as nuances culturais, institucionais e econômicas que influenciam a dinâmica de negociação e gestão na China — atualmente uma das principais potências comerciais do mundo. Considerando a crescente interdependência entre os mercados globais, a capacidade de operar em diversos ambientes culturais torna-se uma habilidade essencial para os líderes empresariais contemporâneos.
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