A implantação da
técnica de fisioterapia respiratória com a Ventilação Não Invasiva
(VNI), a partir do uso de uma máscara orofacial total face, no
Hospital Santo Antônio de Barbalha, na região do Cariri cearense,
reduziu em pelo menos 70% a necessidade de intubação de pacientes com
Covid-19, em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e em 50% o tempo de
internação hospitalar. A queda começou a ser observada a partir de
junho.
O tratamento diminui as complicações respiratórias e melhora a função
pulmonar, segundo aponta a fisioterapeuta e coordenadora do Serviço de
Fisioterapia do Hospital Santo Antônio e Hospital do Coração do Cariri,
Ângela Rolim.
Os pacientes respondem bem à técnica não invasiva, têm melhor
prognóstico, melhora a qualidade de vida e as sequelas são bem menores,
pontuou.
Os resultados satisfatórios foram comemorados pela equipe de saúde da
unidade e hoje serve de modelo para outros hospitais. A técnica,
entretanto, exige cuidado para que não ocorra perda de aerossóis, para
isso, é utilizado um filtro modelo HNEF, que evita saída de ar,
umidifica e aquece as vias aéreas do paciente frisou Ângela Rolim. A
máscara orofacial com interface adequada ao ventilador mecânico é usada
na UTI e na enfermaria.
Antes da pandemia, o custo de uma máscara tipo total face era de R$
1.000, mas passou para R$ 3.000 diante da alta demanda. O Hospital fez
investimentos para adquirir os novos equipamentos. A unidade dispõe de
10 leitos exclusivos de UTI e de uma ala Covid com 15 leitos de
enfermaria.
Apoio
O Hospital Santo Antônio de Barbalha, mantido pela Fundação Otília
Correia Saraiva (FOCS), é referência em tratamento Covid para 45
municípios da macrorregião de saúde no interior do Ceará. Hoje, a
unidade conta com a Ala Covid, composta de enfermaria e UTI, além de uma
equipe de fisioterapeutas, que atuam na linha de frente junto a esses
pacientes, desde aqueles menos graves, utilizando técnicas da
Fisioterapia Respiratória com a Ventilação Não Invasiva (VNI).
Geralmente, os pacientes beneficiados com a utilização da VNI são
aqueles que dão entrada com respiração espontânea, porém com desconforto
respiratório moderado, sensação de cansaço e falta de ar.
Fisioterapeutas e médicos ressaltam a importância de o paciente não ser
submetido a tratamentos mais rigorosos e invasivos, como a intubação
orotraqueal. A técnica não invasiva "traz ainda a vantagem de redução de
custo para a unidade e uma maior rotatividade de pacientes", observou o
médico intensivista, Jorge Melo.
Fonte: Diário do Nordeste
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