Justiça belga sentenciou nesta sexta-feira (9) uma
mulher de 89 anos a 10 anos de prisão pelo assassinato a facadas de sua
melhor amiga de 93 anos, que a designou como herdeira de grande parte de
sua fortuna.
Clara Maes tinha 84 anos quando ocorreu o assassinato, em 2015, e sempre negou qualquer envolvimento no crime.
Um júri popular do tribunal criminal de Arlon, no sul francófono da
Bélgica, a condenou a 10 anos de prisão, embora ela não tenha sido presa
por causa de sua saúde precária.
"Seu estado de saúde não permite que seja encarcerada em um centro penitenciário", disse sua advogada, Emilie Romain, à AFP.
Agora cabe ao Ministério Público de Liege fazer cumprir a sentença, mas
"a priori não deve haver execução" da sentença, acrescentou a advogada,
que destacou que Maes conseguiu retornar ao seu asilo.
O julgamento chamou a atenção pela idade avançada da acusada, que teve
enormes dificuldades em se acomodar na cadeira durante o julgamento e
permaneceu impassível durante os interrogatórios, quando mal respondia
às perguntas murmurando "não me lembro".
Em 3 de janeiro de 2015, o corpo de Suzanne Thibeau, 93, foi encontrado
em uma poça de sangue em sua casa. A investigação revelou que pela manhã
ela recebeu a visita de sua velha amiga Clara, que, como todos os dias,
se ofereceu para lhe trazer pão ou lavar a louça, segundo a imprensa
belga.
Maes foi a última pessoa a ver Thibeau viva, mas se tornou a suspeita
número um do crime quando os investigadores notaram inconsistências em
suas explicações.
Na audiência pré-julgamento, testemunhas explicaram que a relação entre as amigas se deteriorou devido ao caráter forte de Maes.
Thibeau, uma viúva sem filhos, designou Maes como herdeira de 70% de
seus bens, que também recebeu uma doação de cerca de 300.000 euros (US$
355.000) de sua amiga, de acordo com uma escritura de setembro de 2014.
Fonte: AFP
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