Inquérito sobre caixa 2 de Alckmin foi encerrado sem ouvir acusados

Foto: Michael Melo/Metrópoles
Em 21/03/2022 às 14:50
O inquérito que investigou denúncias de doações não contabilizadas, conhecidas como caixa 2, para campanhas de Geraldo Alckmin (PSB-SP) foi encerrado sem o depoimento de Geraldo Alckmin sobre as acusações. O ex-governador de São Paulo não foi interrogado a respeito de repasses estimados em R$ 4,5 milhões e encaminhados pelo grupo EcoRodovias a intermediários supostamente ligados a Alckmin.
O Metrópoles teve acesso ao relatório da Polícia Federal, que detalha os valores mencionados acima. A investigação também não ouviu os nomes citados como receptadores das doações irregulares.
O inquérito teve como base as informações obtidas por acordo de delação premiada de Marcelino de Seras, ex-presidente do grupo EcoRodovias. Ele afirmou ter feito pessoalmente os pagamentos a representantes de Alckmin em anos eleitorais, de 2002 a 2014.
Márcio Rosa, um dos advogados de Geraldo Alckmin, disse ao Metrópoles que é tão inverídica a versão do delator que seria abusiva qualquer diligência.
Seras assinou acordo de delação com a Procuradoria-Geral da República (PGR), homologado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Alckmin foi mencionado nos anexos 3, 4, 6 e 7 da delação.
O executivo revelou que foi ele quem tomou a iniciativa de sugerir a primeira doação ilegal para Alckmin, na eleição de 2002, durante uma visita do político às obras da descida da Imigrantes, rodovia sob gestão do grupo EcoRodovias.
Qualquer contribuição da EcoRodovias seria ilegal, ainda que contabilizada oficialmente, porque a legislação já proibia que concessionárias de serviços públicos fizessem doações eleitorais.
Metrópoles
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