As investigações em torno da Chacina do Porto das
Dunas, em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), ainda
seguem em curso, mesmo após três anos e quatro meses do assassinato de
seis homens, apontados como integrantes de uma facção criminosa. A
Polícia Civil do Ceará (PCCE) afirma, em nota, que o Inquérito Policial
foi concluído com dois indiciados. Mas o Ministério Público do Ceará
(MPCE) pediu novas diligências sobre o caso, e a Justiça Estadual
estabeleceu um prazo de três meses para o fim da apuração.
O Inquérito foi instaurado já no dia seguinte ao crime pela Divisão de
Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Até agora, 40 oitivas foram
realizadas para chegar aos envolvidos no massacre. As investigações
terminaram com o indiciamento de José Nailson Santos de Melo e Tiago
Nogueira.
O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) informa, também em nota, que o
MPCE "solicitou diversas diligências à Polícia, no sentido de carrear
mais provas aos autos. Com isso, os pedidos são direcionados ao
Judiciário para que o retorno seja deferido por meio de despachos".
O promotor de Justiça da Comarca de Aquiraz, Leonardo Gurgel Carlos
Pires, foi o responsável pelo pedido feito à Justiça pela devolução do
Inquérito à Polícia Civil. "Concordando com o pedido de novo prazo,
devolvo-lhe os presentes autos para realização das diligências que
entender necessárias no prazo de 90 dias para conclusão do inquérito e
elaboração de relatório final", disse, no documento.
Somente depois da conclusão dos autos é que o Ministério Público deverá
oferecer denúncia, podendo ou não ser aceita pela Justiça. Caso seja
acolhida, "os autos também serão digitalizados para a tramitação virtual
do processo", complementa o TJCE.
Barbárie
A Chacina do Portos das Dunas ocorreu no dia 3 de junho de 2017, por
volta de 21h30. Dez homens a bordo de dois veículos, sendo um deles do
modelo Jeep Renegade de cor preta, derrubaram o portão de alumínio e
invadiram a casa de luxo, situada na Rua Búzios. Encapuzados, os
atiradores usaram pistolas de calibres Ponto 40 e 380 contra as vítimas.
Das "mais de vinte pessoas" apontadas pela Polícia Civil que estavam em
uma festa na residência de veraneio, seis delas não resistiram aos
ferimentos no momento da ação criminosa. São eles: Klinsmann Menezes
Cavalcante, de 26 anos; Fernando dos Anjos Rodrigues Júnior, 35; Davi
Saraiva Benigno 23; Nilo Barbosa de Souza Neto, 33; Matheus de Matos
Costa Monteiro, 23, e Edmilson Magalhães Neto, 25. Os demais conseguiram
escapar dos disparos ao pularem o muro do imóvel.
Trinta dias após a sequência de mortes, um outro suspeito de participar
da barbárie foi identificado como João Guilherme da Silva, conhecido
como 'Branquinho', de 22 anos. Entretanto, ele morreu antes mesmo de ser
indiciado pelo crime em um suposto confronto com a Polícia na
localidade de Tapera, também em Aquiraz, no dia 8 de junho de 2017.
O massacre ocorreu em uma casa de veraneio no Município de Aquiraz, onde
acontecia uma festa com cerca de 20 pessoas. Um grupo de 10 homens
chegou ao local em dois veículos e disparou contra as vítimas.
Fonte: Diário do Nordeste
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